Por Tamires Santos
Descalços, vestindo camiseta regata e bermuda de cor desbotada, eles passam manhãs de sol, segurando as varas de madeira que usam como instrumento de manobra, ou mesmo vendendo balas de banana por R$ 1, 00. Os menores circulam pelas ruas mais movimentadas da cidade, fazendo parte de um universo infantil que é visto como “pedra de tropeço” para os dirigentes alvos da “cegueira” que é a única coisa que o capitalismo tem para oferecer gratuitamente.
Debaixo da sombra das árvores (isto, quando tem árvores), os olhares sombrios aguardam o semáforo simbolizar a parada dos veículos. As crianças saem da margem das avenidas por instantes, mas continuam inseridas em uma realidade social conhecida como marginalização. Mesmo tendo que pisar no asfalto quente com os pés descalços, e com aparência nada expectante, os meninos (ou meninas) saem do meio-fio, digo, lugar de descanso, com fome e talvez com poucos motivos para fazer malabarismo, mas mesmo assim o fazem.
Sem entusiasmo algum, eles “soam”a camisa na tentativa de se fazer acontecer à arte de manipular objetos mantidos no ar, no intervalo de tempo restrito, isto para impressionar os olhares que, muitas das vezes, são desviados.
Onde está o Criança Esperança? E o programa de erradicação infantil, cujo atendimento foi dito triplicado? Ação global, quando?Cadê a marcha global? A impressão que se tem é que só o dia 12 de junho é o único dia de combate ao trabalho infantil. É “tosco” um país investir tanto em tecnologia, enquanto o setor humano grita por socorro, e a acentuada desigualdade social, existe lado à lado.
De quem é a culpa?