sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Os Pequenos Ilegíveis

Por Tamires Santos
Descalços, vestindo camiseta regata e bermuda de cor desbotada, eles passam manhãs de sol, segurando as varas de madeira que usam como instrumento de manobra, ou mesmo vendendo balas de banana por R$ 1, 00. Os menores circulam pelas ruas mais movimentadas da cidade, fazendo parte de um universo infantil que é visto como “pedra de tropeço” para os dirigentes alvos da “cegueira” que é a única coisa que o capitalismo tem para oferecer gratuitamente.
Debaixo da sombra das árvores (isto, quando tem árvores), os olhares sombrios aguardam o semáforo simbolizar a parada dos veículos. As crianças saem da margem das avenidas por instantes, mas continuam inseridas em uma realidade social conhecida como marginalização. Mesmo tendo que pisar no asfalto quente com os pés descalços, e com aparência nada expectante, os meninos (ou meninas) saem do meio-fio, digo, lugar de descanso, com fome e talvez com poucos motivos para fazer malabarismo, mas mesmo assim o fazem.

Sem entusiasmo algum, eles “soam”a camisa na tentativa de se fazer acontecer à arte de manipular objetos mantidos no ar, no intervalo de tempo restrito, isto para impressionar os olhares que, muitas das vezes, são desviados.

Onde está o Criança Esperança? E o programa de erradicação infantil, cujo atendimento foi dito triplicado? Ação global, quando?Cadê a marcha global? A impressão que se tem é que só o dia 12 de junho é o único dia de combate ao trabalho infantil. É “tosco” um país investir tanto em tecnologia, enquanto o setor humano grita por socorro, e a acentuada desigualdade social, existe lado à lado.
De quem é a culpa?

7 comentários:

Anônimo disse...

O pior de tudo isso é que as pessoas param nos sinais e fazem questão de erguer os vidros e fingir que não é com elas, fechando-se em seus umbigos de privilegiadas. O cara nasce no berço da miséria, não tem oportunidade alguma de se desenvolver como ser humano, depara-se, desde cedo, com tudo de ruim que a vida pode oferecer ao ser humano, passa fome e quando tem a aldacia de pedir ajuda mandam-lhe trabalhar e o chamam de vagabundo. Trabalhar do que? Se para quem tem formação já é dificil arrumar trabalho, imagine para um morador de rua. É como diz o grande músico Gabriel o pensador: aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá, ou seja, exigem educação de quem nunca teve acesso a ela.

analise ia disse...

onte quase colido com um carro, pois meu pai estava tentando dar alguma coisa a uma menina de não mais que 5 anos. Ela mandava vê na quele negócio com varas que esqueci o nome. Nessas horas a indginação só não é maior que a esperança de que um dia a o papel social de uma criança será apenas brincar e estudar.

Quanto ao texto

Não sua boba, você está inserida no texto abaixo (uma ponte, uma queda), eu indico o link de seu blog. Nem pensei em você nesse texto. Pensei nos meus alunos.

analise ia disse...

quero dizer "ontem"

Anônimo disse...

Oi caío de paraquedas por aqui atraves da pagina do J. Aquila...qnto ao teu texto tá bakanaum...refletindo sobre o fechamento: A Globo no fechamento das Eleiçoes 2006...classificou o NE e o N brasileiros de sub-povos...vide Alexandre Garcia...bjs aparece por lá no meu blog e comenta por favor!!!!

Claudio Costa disse...

O mesmo cenário se repete pelas esquinas de Belo Horizonte. Os horizontes, por sinal, continuam belos, porém quase invisíveis, toldados que estão pelos out-doors gigantescos... O Capitalista é Deus. Daí seu primeiro mandamento: compre!

Dudu disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dudu disse...

Os pequenos ilegíveis.
Como a realidade toca nos nossos corações.É essa e a realidade do nosso país,a desiguadade social vem crescendo de maneira assustadora e nós temos que mudar esse índice, infelizmente enquanto alguns tem muito,outros tem pouco, pense nisso.