Não “funciono” sob pressão. Acredita? Já entrei em conflito – mudança de estado – psicologicamente falando, ao ouvir dos profissionais de jornalismo que o prazo que se tem para o deadline de um jornal é cumprido a risca pelo editor chefe. Em uma hora dessas só me imagino em frente a uma mesa, com uma pilha de papéis sobre ela, roendo as unhas devido a uma infeliz fase de encubação.
Sabendo que minha mente ainda é um pouco “mimada” no que diz respeito à produção textual, me sinto submissa à boa vontade daquela, diante do meu anseio pela fase iluminativa do processo criativo. Mesmo assim, sou movida por uma convicção cega de que o curso de jornalismo é capaz de suprir a minha inclinação à escrita (principalmente) e me promove uma sensação de encontro comigo mesma. Prova disto, é que depois de me tornar universitária, a coleção de diários que tenho só serve hoje para armazenar “dias atrás” e como fonte, acredito eu, de auto-análise da minha identidade mutante.
Os textos acadêmicos são suficientes para suprir a minha sede por transformar tudo em palavras escritas. Sentimentos abstratos, cenas factuais, desabafos, confidências, narrativa formal ou poemas que hoje já não faz meu gênero. Tudo pode virar texto.
A inauguração da árvore de natal de Aracaju, dita a maior do Brasil, o ruído dos fogos de artifício, as aves sem ninho, as “caras e bocas” que fazem ao me ver indo de sandália rasteira para a faculdade, e mais um leque de coisas aparentemente triviais podem virar texto. Viram? A pouca inspiração para postar pode virar postagem. Escrever é passar a vida a limpo. É conotar o que é denotativo. Transformar o abstrato em palpável e mostrar-se para o mundo sem dizer ao menos o nome.