quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Tudo acaba em Texto.

Não “funciono” sob pressão. Acredita? Já entrei em conflito – mudança de estado – psicologicamente falando, ao ouvir dos profissionais de jornalismo que o prazo que se tem para o deadline de um jornal é cumprido a risca pelo editor chefe. Em uma hora dessas só me imagino em frente a uma mesa, com uma pilha de papéis sobre ela, roendo as unhas devido a uma infeliz fase de encubação.

Sabendo que minha mente ainda é um pouco “mimada” no que diz respeito à produção textual, me sinto submissa à boa vontade daquela, diante do meu anseio pela fase iluminativa do processo criativo. Mesmo assim, sou movida por uma convicção cega de que o curso de jornalismo é capaz de suprir a minha inclinação à escrita (principalmente) e me promove uma sensação de encontro comigo mesma. Prova disto, é que depois de me tornar universitária, a coleção de diários que tenho só serve hoje para armazenar “dias atrás” e como fonte, acredito eu, de auto-análise da minha identidade mutante.
Os textos acadêmicos são suficientes para suprir a minha sede por transformar tudo em palavras escritas. Sentimentos abstratos, cenas factuais, desabafos, confidências, narrativa formal ou poemas que hoje já não faz meu gênero. Tudo pode virar texto.

A inauguração da árvore de natal de Aracaju, dita a maior do Brasil, o ruído dos fogos de artifício, as aves sem ninho, as “caras e bocas” que fazem ao me ver indo de sandália rasteira para a faculdade, e mais um leque de coisas aparentemente triviais podem virar texto. Viram? A pouca inspiração para postar pode virar postagem. Escrever é passar a vida a limpo. É conotar o que é denotativo. Transformar o abstrato em palpável e mostrar-se para o mundo sem dizer ao menos o nome.

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

O"Impeachment" das aulas

Por Tamires Santos
Não é nehuma manifestação estudantil marco da política brasileira, como por exemplo, o movimento dos "caras-pintadas" que pedia o impeachment do primeiro presidente eleito em 29 anos. Os rostos diziam : "Fora Collor"como sinônimo do fim da inflação e luta pelas reformas de base em meados anos 90.
Aracaju 05 de dezembro de 2006. Mesmo sem nada pintado nas caras, está bem nítido a expressão facial comum aos estudantes da Universidade Tiradentes. Os clamores por férias estão sendo manifestados pelos corredores da sala 30, o adiantamento para as fotografias com toda a classe nos degraus da escada significam uma despedida utópica de um período que ainda não terminou. O mais "suado" permanece ativo e ainda expresso nos linkes dos msn, dos alunos que anunciam um enorme desejo pelo seu término.
Aos quatro cantos da sala o mesmo desejo é propagado, inclusive, pela professora de reportagem, minutos antes de entregar a prova da última unidade. Isso mesmo. O pedido por Férias atinge a elite dirigente (os professores), apesar de ser uma manifestação típica de alunos que só "farejam"por festas, viagens, família, encontros e reencontros, um "dormir e respirar livremente" que o 3º período de jornalismo impossibilitou durante 4 ou 5 meses de instigamento mental.
A sensação de estar a um passo do "impeachmente" do período aumenta a instabilidade e o clima de tensão que se estende até o minishopen da Unit. Curso de verão, 4º prova, recortes de jornais, estatística, texto editorial, e outras enxurradas de indícios de tensão permeiam entre os discursos dos colegas. Os principais esquemas para manobrar o movimento são: "Mande para o meu e-mail!", "Me empreste o CD de comunicação"... " vamos nos reunir", "O que valer ponto, estou no meio", "grave no disquete!"
Até o almejado "impeachment"os alunos chegam a soar a camisa literalmente e atingir o ápice "do cabelo em pé" . Com o movimento "caras-pintadas", Collor renunciou ao cargo. Na espera pelo impeachment das aulas, os estudantes aracajuanos sem caras pintadas, vivem tempos de violenta repressão que explode em manifestações constantes por gritos por férias.