terça-feira, 14 de novembro de 2006

Entrada contemplativa. Saída Tortuosa

14 de novembro de 2006, às 19:30, véspera de feriado. Mesmo com minha fobia ao horário “de pico” fui “parar” no shopping Jardins, o sempre movimentado da cidade. Advinha fazer o que? Efetuar o pagamento de uma fatura. Bela programação não? Ao menos a decoração do Jardins “promete”isto.

Ainda no estacionamento, é notável o retorno dos famosos “piscas-piscas”, e estrelas luminosas distribuídas pelas paredes externas, que agora brilham sobre a textura alto relevo. Uma das portas de entrada para o shopping, decorada com guirlandas, é um sutil convite para “as compras”.

Ao som de “sinos, orquestras, e plim! plim!...”, os olhares naturalmente “rodeiam” por entre os bonecos de neves, cachos de bolas coloridas, festão, gnomos, arranjos pregados nos lustres da praça de alimentação. Como não pensar em ceia, com uma árvore de natal enorme pregada confronte a Baviera Haus?

O que antes era curioso, agora já não deixa de ser o previsível: no corredor das lojas Riachuelo, uma multidão de crianças e pais com algumas delas no colo, faziam “procissão”com a chegada do papai Noel sem trenó. Não faltaram homens de quase dois metros de altura, formalmente trajados, garantindo a segurança do “bom velhinho”.

Chego às lojas. Passo pelo “portal das representantes” que perguntam o que também já é previsível: “Já tem o cartão Riachuelo”? Estou certa que ao passar por ali, independente da quantidade de vezes ao mesmo dia, elas repetirão a mesma frase, experiência própria. Subi os degraus das escadas e já ao som de “Então é natal...”, cheguei ao caixa, e ao ser atendida, fiquei entorpecida pelos juros da minha fatura alguns “diazinhos” atrasada.

Depois do “desfalque” planejei comprar folhas de papel rascunho à vulso para o término de um trabalho, no entanto, só vendem em “xamex”, (estratégia lucrativa) cujo preço corresponde a sete vezes mais do que daria se às lojas Barreto, no centro da cidade, ainda tivesse de portas abertas. Mais entorpecida, ao contar as moedinhas que me restaram, fui direto para o estacionamento carregando uma resma pesada de papéis e os dez centavos que me restaram.

Dei “adeus” ao cenário natalino. Caminhei com passos largos, segundo a minha vontade de descalçar meus pés do salto ─ isto, por ter me adaptado ao tênis ─ . Ao dirigir em direção à saída, me deparei com pedras sendo atiradas de um lado para o outro da rua. Temendo que eu e o “pimentinha” fôssemos atingidos, coloquei a marcha ré, mesmo na contra mão e dirigir para qualquer direção distante do cenário violento com plano de fundo natalino.

“Onde estaria os não sei quantos seguranças do bom velhinho, e o trenó”? Perguntei-me, pressionada por buzinadas alheias. Apressei-me na baliza, ao menos tentei. Inocentes colegas de trânsito...eles nem imaginavam o motivo, pelo qual eu estava na contra-mão.

Foi notável minha palidez, ao ouvir gritos e pronuncias de palavrões “atropelados” entre os dois “flanelinhas”, tive que admitir que a música clássica dentro do Shopping, os bonecos de neves, cachos de bolas coloridas, festão, gnomos, arranjos, os juros da fatura, o papel rascunho que não vendia à vulso, é realmente, uma bela programação diante daquele fato nada curioso, porém inusitado.

4 comentários:

analise ia disse...

Vc está bem?

analise ia disse...

pimentinha é o carro é?

Anônimo disse...

Tem coisas que o dinheiro não compra, para todas as outras, existe o pimentinha car.

Anônimo disse...

Pimentinha precisa conhecer Floquinho!
:P

Engraçado como a realidade torna-se distorcida... talvez a porta do shopping seja um portal paar outra dimensão.