sábado, 5 de abril de 2008

O surTO da InopeRÂNCIA


Charge: Miriam Salles
Por Tamires Santos

Pessoas que aguardam nas unidades de saúde para serem atendidas. Poucos médicos para tantos pacientes. Casos de mortes anunciados a rigor pela mídia local, nas últimas semanas. Com a morte da menina Ana Carla Alves, de 3 anos, o número de vítimas aumenta para cinco.

A Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju lançou uma campanha de combate à dengue, com o slogan “A dengue pode matar...”. Mas, já evidenciamos que a dengue realmente mata. A Secretaria pede o apoio da população para combater a doença. Mas, coincidentemente, a população é quem mais precisa da eficácia do trabalho da secretaria, no combate a dengue.

Quando a Política de Pão e Circo obscurece as lacunas no sistema de saúde, a voz da sociedade representada pelo Ministério Público exige laudos e ações da Emsurb no sentido de fiscalizar casas, clubes e lugares onde existam piscinas e possíveis focos da doença.

Mesmo assim, ainda há um surto de terrenos baldios com pneus, vasos, entulhos, esgotos a céu aberto, lixos, ou recipientes que acumulam água parada. Quando não se resolve as causas, com ações preventivas é impossível impedir as conseqüências. A distribuição de folhetinhos explicativos à população sobre a doença é pouco para assegurar a saúde do povo. Quantas “Anas Carla” vão precisar morrer?

As comunidades dos bairros periféricos da cidade aparentam ser mais vulneráveis ao surto da inoperância. Não é preciso ir muito longe para detectar ambientes que proliferam os focos da doença. Enquanto isso, a Força Tarefa, que tem o objetivo de eliminar focos e lavas do mosquito da dengue, ainda não chegou no bairro Santos Dumont, como revelou uma moradora da localidade, para um telejornal, hoje, 05.

Resta admitir que estamos em meio a um surto da inoperância política. Serviços que não são prestados a contento. Muito além de um surto de dengue, parece que vivenciamos surtos de omissões, indiferença e inoperâncias. Surtos que não podemos ver, nem tocar, mas que devastam o direito à dignidade humana e que parecem mais assustadores que o próprio mosquito da dengue.

6 comentários:

Anônimo disse...

Olá Tamires!

Concordo com sua opinião, o poder público tem sido inoperante no combate à dengue, e até certo ponto irresponsável, mas vale ressaltar que a responsabilidade é de todos nós e não somente do governo. De nada vai adiantar o governo fazer sua parte, se é que tem feito com eficiência, se a população não faz a sua, por exemplo, evitando acúmulo de água em casa, contribuindo com a proliferação do mosquito. O cidadão em si tem a mania de ver tudo errado e só responsabilizar o governo, será que ele também não faz parte deste ato de responsabilidade social? Se o governo não investir alto numa campanha de conscientização e a população não fizer sua parte, tão cedo vamos nos ver livres desta praga chamada dengue.



Paulo Sousa - jornalista

Anônimo disse...

Tamires, gostei do seu comentário. No caso da criança Ana Carla, foi negligência médica, pois logo que chegou ao hospital Hapvida, deveria ter solicitado exames como: hemograma e plaquetas, que são os exames que constatariam se a criança estava realmente com dengue. Ao invés disso, aplicaram anti-bióticos achando se tratar de infecção na garganta. Com isso o quadro da riança foi se complicando, conduzindo-a ao Hospital João Alves Filho, o que já era tarde demais, vindo à óbito. O governo tem sido inoperante, mas diante do caos já está contratando mais profissionais da área de saúde para melhorar o atendimento.

Parabéns pel seu texto.


Ana Sousa - técnida de enfermagem

coisinhas de casamento disse...

Oi Tamires,
o contato é apenas para parabenizá-la pelo blog. sou jornalista e fico extremamente feliz que percebo que tem uma leva nova de estudantes com futuro promissor chegando ao mercado. Parabéns pelo trabalho e quando puder dê uma acessada no meu blog:www. katiasantana.com.br

Anônimo disse...

A responsabilidade é do governo principalmente que gasta o nosso dinheiro com coisas desnecessárias, isso quando não o desvia para a corrupção.



Amadeus de Jesus

Valter Lima (@valter_jornal) disse...

A tendência do brasileiro é creditar todos os problemas e mazelas sociais aos governos, sempre taxados de inoperantes e incipientes em suas ações. A participação popular e a intervenção da sociedade é desconsiderada e fica muito mais cômodo culpar os governantes por tudo o que ocorre.

A dengue é um mal que se prolifera mediante o descuido do cidadão com o seu lar. A sobrevivência do mosquito depende da água parada.

Desse modo, mesmo que a Prefeitura, o Governo e até mesmo a Presidência contratem milhares de agentes de saúde, se não houver participação e boa vontade da sociedade, num senso de cooperação, não se alcançará resultados positivos.

É visível o esforço dos governantes em resolver o problema, mas dessa vez, eles precisam da participação do povo. E é aí que reside o problema, pois os índices da doença continuam crescendo e muitos ainda não estão fazendo a sua parte na luta contra a dengue. E esta luta, assim como todas as outras, é de todos!

Anônimo disse...

Isso é o resultado da inoperância dos nossos governos incompetentes, que só estão preocupados em nos roubar.




Tadeu Dias Melo